Esse artigo fala da postura do MMN brasileiro em relação as empresas novas no mercado e do sacrificio da integridade pessoal e da honestidade em nome do pioneirismo. Até onde o profissional de MMN brasileiro vai para antecipar o movimento do mercado e ocupar o topo?
A credibilidade é um artigo necessário para o MMNer que constrói sua carreira mudando de empresa a cada vez que vê uma oportunidade?
O MMN no Brasil vive um momento sem igual em sua história; críticos estão silenciosos, produtos estão cada vez melhores, empresas sérias apresentam números de crescimento estrondosos e o público aceita cada vez mais a presença desse modelo de negócio como uma atividade reconhecida. E isso, por incrível que pareça, é preocupante para quem desenvolve a atividade de forma profissional.
Antes de entrarmos no tema, peço licença para apresentar a minha visão de "MMN Profissional": é um trabalho que você desenvolve com profissionalismo (melhorando sempre) consistência (fazendo o que pode todos os dias) e perseverança em uma empresa séria, reconhecida e com produtos ou serviços aprovados pelos órgãos reguladores. O MMNer nada mais é que um vendedor de testemunhos, e eu acredito que o melhor vendedor não é aquele que tem técnicas avançadas de vendas, mas sim o que compraria o próprio produto. Pois bem, isso posto vamos ao tema do artigo.
Em um mercado em expansão, o normal seria o surgimento de novas empresas com produtos revolucionários, planos de compensação mirabolantes e, principalmente, visão de longo prazo para entrar no mercado agora mas se estruturar e competir com as gigantes do mercado mais adiante. Se o bolo é grande todo mundo pode pegar um pedaço, certo? Na teoria, certo. Mas na prática a conversa é outra, e sabemos bem disso.
Infelizmente estamos em um país onde impera o "jeitinho", a "esperteza" e mais uma série de posturas que, no mercado de MMN, fazem parte de um pensamento ultrapassado que diz que o posicionamento na rede é mais importante do que o produto e o trabalho realizado ao longo do tempo. Se pensarmos somente na teoria pode até ser que isso seja uma verdade matemática, mas o que vemos na prática é um mercado onde o maior bem que o MMNer pode ter é a sua credibilidade perante os prospectos "quentes" é sacrificado em nome do oportunismo.
Tenho acompanhado uma discussão extensa em uma das comunidades de MMN que faço parte, e o principal ponto discutido é a credibilidade da empresa. Perguntas simples como nome do proprietário, sede no Brasil, de onde vem as comissões e outras dúvidas até mais sérias são esquecidas ou rebatidas com respostas como "Já recuperei o dinheiro que investi, para mim não importa de onde ele veio. Se a empresa fechar amanhã, não perdi nada".
Particularmente, eu acho que é por causa dessa mentalidade tipicamente brasileira que esse tipo de empresa vê oportunidade de se instalar no Brasil. Se você acompanhar o mercado, verá que é uma situação cíclica: a nova empresa abre sem estar totalmente estruturada mas a oportunidade é única, então milhares fazem seu cadastro "para garantir sua posição", ou "só para testar"; com esse movimento, alguns ganham comissões mas a empresa não consegue sustentar o crescimento sem as licenças devidas de funcionamento e (na maioria das vezes) sem produtos, o que torna inviável a continuidade da atividade, e então a empresa fecha. Na semana seguinte, o ciclo se inicia com uma nova "grande oportunidade" e os supostos pioneiros atacam novamente.
Sinceramente não sei como separar esse tipo de "profissional" de um político corrupto. Pode parecer um pouco radical demais, mas ambos exercem sua atividade sem se preocupar em como isso repercute na sua reputação perante a comunidade, lucram com a perda de outros e só param (se param...) quando são impossibilitados por autoridades competentes.
Isso é um golpe cada vez mais duro em uma atividade que sempre foi malvista pelo mercado tradicional e que começa a ver os primeiros raios de sol no mercado. Como há muito poucos profissionais do MMN qualificados no Brasil, esse sim sabem o quanto é importante se manter íntegro, honesto e não se envolvem com qualquer empresa somente porque é uma oportunidade "única" de ganhar trabalhando pouco. E infelizmente vamos continuar vendo esse cenário até que os órgãos reguladores se tornem mais rígidos e inibam esse tipo de ação. Enquanto isso, lutamos uma batalha inglória para que as empresas sérias superem o preconceito gerado pelos oportunistas do MMN. Mas vamos sempre em frente.
Autor: Eduardo Mazziotti